Este blog é um conjunto de colunas que escrevo.

(Péssima introdução, mas leiam mesmo assim!!)

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Columns 3-Já aconteceu de você não querer que uma risada acabe?


Às vezes passamos um bom tempo sem rir. Tempos em que apenas sorrimos. Não porque estamos descontentes ou infelizes, mas apenas por que não estamos exatamente felizes. Quando chegam esses tempos de sorrisos, é comum não percebermos. Simplesmente nos esquecemos de rir...
Não que o sorriso seja negativo. Ele só não expressa a mesma coisa que uma risada, por exemplo. Risadas tendem a ser mais espontâneas. Não que um sorriso não seja autêntico, pelo contrário, mas em geral sorrisos vêm acompanhados de medidas. Sorrisos se adaptam a ocasiões e situações. Existem vários tipos de sorrisos: os forçados, os sinceros, os abertos, os de boca fechada, os de lábio, os de canto de boca, os tortos, os amarelos, os felizes e os apropriados. Raramente um sorriso é descontrolado. Por mais sincero que seja ele é cuidadosamente estudado e executado com um objetivo preciso, claro e pré-imaginado, um sorriso charmoso, por exemplo, que tem o intuito de mostrar-se simpática, bonita, interessada e possui um objetivo muito claro: a sedução.
Já a risada vem de dentro. Do ponto mais sincero do ser. Por isso que elas são tão difíceis de fingir: elas são honestas. É difícil fingir uma risada. Um sorriso até que vai, mas a risada é única. O bom de uma gargalhada é que cada gargalhada é cem por cento única. Você pode ter certeza absoluta que jamais produzirá a mesma risada em toda sua vida: com as mesmas pessoas, no mesmo tom, mesma altura, mesma nota, mesma disposição, mesma graça, alegria, sarcasmo, medo, nervosismo, tanto faz. A risada é uma só e não se repete jamais.
Enquanto o sorriso se repete. Não é sempre o mesmo, claro. Mas cada pessoa vem com um estoque de no mínimo três sorrisos: o sorriso triste, o sorriso alegre e o sorriso educado. Já a risada não funciona assim. Ela não pode ser classificada, ela simplesmente acontece. E é justamente aí que se encontra toda a beleza do riso: ele nasce e morre quase instantaneamente, mas, às vezes, ele ecoa para sempre de tão impactante que é.
Quando você fica muito tempo sem rir, você normalmente só se dá conta disso quando ri novamente. É como se você percebesse que sentiu saudades da sua própria risada no instante em que você a ouve saindo de sua boca. E nesses casos, você não quer para de rir. Por que o momento da risada é um momento de paz interna total. Momento em que todos os problemas desaparecem e que se vive unicamente o presente. E que se vive plenamente o presente. De corpo, mente, tudo. Seu corpo inteiro está implicado no riso, o coração acelera, sua respiração ofega, sua barriga machuca fazendo abdominais, suas bochechas doem de tanto rir e seus olhos se fecham um pouco. Sua mente para de pensar por um instante esquece o passado e para de pensar no futuro e até mesmo de pensar no presente: ela para de pensar e apenas SENTE. Ela se contenta em viver.
O riso é um dos poucos momentos em que nos encontramos em perfeita harmonia com nós mesmos. E às vezes acontece de não querermos que a risada acabe: seja por que fazia tempo demais que não se sentia essa adrenalina gostosa do riso, seja porque queremos mais tempo longe dos nossos pensamentos...
Mas o fato é que quando uma risada é a primeira depois de muito tempo ela pode até se tornar inesquecível. Não queremos nunca que ela acabe, por que ela é sincera, autêntica e alegre, por que ela nos faz esquecer os problemas e das tristezas, e por que por um minuto ou segundo que seja, a risada consegue nos fazer pensar que somos seres imortais e felizes sem a angustia da vida com prazo de validade, e a busca desenfreada de um sentido que explique uma vida tão curta. Porque percebemos por um breve momento de lucidez que a vida é uma risada. Uma risada deliciosa, fugaz, dolorida, impetuosa, maravilhosa, e única.