Este blog é um conjunto de colunas que escrevo.

(Péssima introdução, mas leiam mesmo assim!!)

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Columns 7- Les petits plaisirs

Embora sejamos todos muito diferentes, temos que admitir que temos um mesmo objetivo: a felicidade. Claro que, por sermos diferentes temos opiniões distintas sobre o que é de fato a felicidade e como se deve proceder para alcançá-la, mas isso não importa, o que importa é que todos os seres humanos (salvo raríssimas exceções creio eu) buscam uma única coisa ao longo de suas vidas: uma coisa que atende pelo nome de felicidade. Fato curioso uma vez que a felicidade propriamente dita não existe. Ela é apenas uma idéia, um conceito. É engraçado constatar que vivemos em função da busca por uma idéia, logicamente, abstrata.

A felicidade corresponde a um estado de satisfação completa e eterna, entendeu por que ela é apenas uma idéia? Um estado de satisfação completa já é muito difícil, e não é porque somos pessimistas inveterados ou por que a natureza humana é regida por uma insatisfação que nunca sossega, mas simplesmente por que é raro termos todos os aspectos de nossas vidas perfeitos; este estado de satisfação completa é aquilo que chamamos de “alegria”. Qual a diferença entre a alegria e a felicidade? A alegria corresponde a um momento a felicidade não tem nenhuma temporalidade, ela é eterna, perpétua. Em tendeu agora por que ela não existe? Não é por má vontade da nossa parte, é por que a felicidade é apenas um conceito, ela é aquilo que todo ser humano aspira, mas nenhum jamais irá de fato atingir. Como se fosse uma pulsão, é a procura deste estado de satisfação plena e eterna que nos move, e também é uma procura insana: não faz sentido você procurar por algo que não existe, por algo que não passa de uma idéia.

E pense bem: passamos nossa vida imaginando como vai ser quando formos felizes. Que imagem temos da felicidade? Em geral essa felicidade é uma certa segurança, uma tranqüilidade, uma estabilidade... E é verdade que imaginamos que uma vez atingida a felicidade, ela vai durar para sempre. O sofrimento vem antes, é o esforço para conquistar aquilo que vai nos trazer a felicidade, e uma vez que tivermos tudo aquilo que deve nos dar a tão esperada e odiada e idolatrada felicidade, então seremos felizes. Se encararmos as coisas dessa maneira, nunca poderemos ser felizes... Temos sempre que ter um projeto, precisamos nos manter ocupados, precisamos sempre de um sonho que nos mantenha vivos e ativos, caso contrário por que viveríamos? Uma vez que atingimos um objetivo, sentimos a necessidade de buscar outra coisa que possa nos ocupar e dar um sentido a nossa vida. Como dizia Sartre: somos os seres do projeto. É normal, nos projetamos no futuro para sabermos o que fazer no presente. Viver é isso, viver é viver por uma razão, por um objetivo a ser atingido: ninguém quer uma vida desprovida de sentido. Ou seja, uma vez atingida à dita felicidade, não poderíamos ser felizes, seríamos invadidos por uma angustiante e desesperadora sensação de vazio e de tédio. Um leve desespero, é isso que encontraríamos se conseguíssemos ter absolutamente tudo e não desejássemos mais nada, e não a felicidade.

Mas se mudarmos nosso modo de ver a felicidade, talvez possamos parar com essa obsessão de buscar incessantemente algo que não existe e simplesmente sermos felizes. Penso que a vida é feita de momentos, por isso acredito na alegria e não na felicidade. Também acredito que a alegria pode justificar nossa existência, e que não precisamos da felicidade, mas sim de nos sentirmos felizes (o que não é exatamente a mesma coisa...). A alegria é um momento de prazer. Talvez uma vida feliz seja uma vida de pequenos prazeres. Todos nós temos pequenos prazeres, coisas ridículas que nos fazem felizes durante 2 segundos, 2 minutos, 5 minutos, 20 minutos, 1 hora... Eu por exemplo adoro grampear coisas. Ridículo, né? Mas juro que sou uma pessoa felicíssima quando grampeio coisas. Adoro pintar minhas unhas, amo o barulho dos dedos batendo no teclado do computador, adoro o barulho de máquinas fotográficas, adoro tomar leite com chocolate de colherzinha... E conheço pessoas que amam tomar um banho muito frio quando está muito calor, outras que adoram passar esmalte nas unhas só para duas horas depois tirar tudo sozinha sem acetona, pessoas que gostam de gelatina com banana, pessoas que gostam de enterrar os pés na areia da praia, pessoas que gostam de enfiar a mão num saco de grãos...

Tive um dia muito ruim, lei de Murphy. Tudo, mas tudo deu errado: estava atrasada para o trabalho, não tinha comido café da manhã, não tinha dinheiro, fui pro banco correndo, cheguei lá ele estava “inoperante”, fui até outra agência correndo não consegui sacar dinheiro, fui consertar óculos e a máquina da loja ainda não estava aquecida o suficiente, cheguei atrasada no trabalho... No trabalho tudo que tinha para dar errado deu errado. Enfim! Um dia impossível, daqueles que você se pergunta que merda você deve ter aprontado em suas vidas passadas para merecer tanta desgraça em tão pouco tempo. Mas quando eu estava na rua apressadíssima procurando desesperadamente um taxi, consegui pegar um taxi vazio que estava parado no farol e que me conhecia de longa data e que me deu uma carona de volta para casa. Também acabei comendo um pão de queijo absolutamente delicioso, ganhei um chocolate, e bebezinho lindo se apaixonou por mim e me deu um monte de sorrisos.

Penso que ser feliz é ser capaz de enxergar essas coisas gostosas e boas que acontecem com a gente. Não ser um otimista chato que vê coisa boa onde não tem. Ser feliz não é ser capaz de dizer: “olha o banco tava inoperante e depois não deu pra sacar dinheiro então você ficou com fome, mas pensa que foi melhor assim”, melhor assim porra nenhuma. Foi um saco o banco estar fechado, passei fome, perdi tempo, cheguei atrasada e levei bronca: grande B...! “Olha você brigou com seu namorado, mas foi melhor assim por que ele realmente...” Melhor assim o cacete! Tou péssima, isso sim... Ser feliz não é inventar que tem coisa boa onde não tem. Ser feliz é ainda com todas as coisas chatas que podem te acontecer você ainda ser capaz de enxergar aquilo que é bom de verdade. Aquilo que realmente é legal no meio de um dia de merda.

Quando um dia é ruim, raramente é por que uma tragédia terrível aconteceu. Em geral quando seu dia foi ruim não é por que seu avô morreu, por que você foi despedido, ou por que você foi atropelado. Em geral seu dia foi ruim por que choveu pra caramba, e estragou toda sua roupa, por que você acabou perdendo o ônibus e o próximo chegou lotado todo fedido e molhado, enfim! Quando um dia é ruim é por que pequenas coisas o estragaram. Talvez ser feliz é simplesmente ser capaz de enxergar as coisas verdadeiramente boas que aconteceram com você. Não coisas boas naquilo que foi ruim, mas pequenas coisas boas, elas não são tão insignificantes assim. Está triste? Vai pintar as unhas, grampear papel...

Um comentário:

Anônimo disse...

PRISCILLA:
Para saber que vc ta feliz ou que existe um tipo de felicidade mesmo se ela nao existe concretamente (e eu nunca tinha pensado nisso ms td bm haha)vc passa pelas coisas ruins sinao vc nunca entenderia o q te faz feliz neeh.. Mas olha, so dps q eu li a coluna q entendi a definicao do dia ruim.
Aah uma coisa que aprendi na facu eh q o homem sempre tem deficit (e qnd a pessoa nao faz ou completa algo..td fica pendente) e esse deficit faz com q a pessoa contiue conectada com as coisas com seus desejos mesmo se ela nao os completa..Entao as pessoas NUNCA vao achar a felicidade ...vc sabe q existe pessoas q nunca estao satisfeitas com as coisasa